Uma coisa que perguntam para nós steamers é: “por que do punk no steam?”, além de confundirem o Steampunk como algum gênero da subcultura Punk. Na tentativa de poder explicar o porquê disso, vamos às origens de tudo.
Quando William Gibson criou o Neuromancer em 1984 envolto no ciclo do Punk e Hardcore de bandas como The Exploited e outras. Seguindo a sina do Punk’s not dead, Gibson cria um personagem que era uma espécie de pichador virtual, que se utiliza de seu conhecimento acima da média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes corporações. Assim surgiu a literatura de ficção cientifica conhecida com Cyber, que tinham como principais representantes William Gibson, Neal Stephenson, John Shirley, Richard Kadrey, Bruce Sterling entre outros. Com o passar do tempo a criação de fanzines como Mondo 2000 e o bOING bOING e da não-ficção de figuras como R.U. Serious focada no universo de Clarke, Asimov e Bradbury passaram a chamar esse lado alternativo e controverso de Cyberpunk, e o uso do Punk nesse sentido se dava por causa desse lado marginal e não mainstream do Cyber, ou seja, um cyber meio punk.
Capa de The Diference Enginer
Depois disso, William Gibson e Bruce Sterling escrevem o que seria o início do steampunk moderno (claro que sem usarem o termo steampunk) que foi The Difference Engine. Voltando no tempo daquelas histórias futurísticas, levadas ao tempo de máquinas movidas a vapor e uma era vitoriana industrial. No fim de 1980 Kyle Wayne Jeter busca uma forma de descrever suas obras literárias e as obras de Tim Powers e James Blaylock. Substituíram o termo Cyber pelo Steam. Mas com isso trouxeram consigo outras coisas como a atribuição do “utilizeasuaforçamotriz” ao termo Punk. E passou a denominar qualquer obra que criasse um universo diferente, assim como o dieselpunk, atompunk, elfpunk entre outros. Que viraram uma espécie de histórias da ficção cientifica e da ficção com uma nova roupagem meramente comercial. E transformou o Punk em mais um termo voltado ao universo dos nerds. Mas na cunha do Steampunk surgiram obras incríveis como A Liga Extrardinária de Alan Moore e também trabalhos de Cherie Priest. O Steampunk segue como um Cyberpunk do passado, e devem ser escritos como algum cosplay vestido com engrenagens e nerds de bronze, e sim escrito com a ferocidade e autenticidade dos trabalhos de Gibson, Sterling, Priest e Moore e outros que podem aderir o termo Punk sem medo de errar.
A todo vapor.
Muito legal seu site, realmente elucida muita coisa do universo steamer, obg mais uma vez!